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Em Salvador, uma comunidade relata os impactos do racismo ambiental

Moradores antigos da Península de Itapagipe, área central da capital baiana, contam que a Enseada dos Tainheiros, mar que cerca a região, recebeu esse nome graças a abundância de tainhas e traineiras que por lá nadavam. A pesca era atividade comum entre os moradores, em especial as mulheres. "Era só raspar a areia da praia que os mariscos brotavam", relembra Ana Suely Moraes. Itapagipana há 66 anos, Ana recorda que, “ainda menina”, ia de barco para o que hoje é o bairro Uruguai “catar siris com

O desafio das empreendedoras: conciliar propósito, gestão e maternidade - Inovar é um Parto

Aos poucos, mercado se mostra mais aberto à inovação por meio da diversidade, mas empreendedoras ainda enfrentam desafios estruturais

Mulheres empreendedoras se dedicam aos estudos 16% a mais do que os homens. E, apesar do Brasil ser o sétimo país com maior quantidade de empreendedoras, elas ainda possuem um rendimento médio mensal 22% menor em comparação aos seus colegas masculinos do ramo. O levantamento, realizado pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em 2019 e em quase cinquenta países

As filhas de Yayá: um quilombo no ES resgata sua história usando o audiovisual

Foi durante a década de 1960 que as matas e brejos do Sapê do Norte começaram a se transformar em um deserto verde. Situada no extremo norte do Espírito Santo, a região já abrigou mais de 12 mil famílias quilombolas distribuídas entre as cidades de Conceição da Barra e São Mateus. Essa realidade se transformou com a invasão dos monocultivos de eucalipto e cana-de-açúcar. Quem observou a transformação conta que rios e lençóis freáticos foram poluídos pelo agrotóxico usado nas lavouras de cana. Já

"Nossos direitos já vêm sendo violados ao longo dos séculos": coletivos indígenas e a luta política

Com os pés fincados no chão e a pele coberta de miçangas, Tchului encara a multidão de ativistas reunidos em roda para ouvi-la. Uma das mãos segura o microfone e a outra, a barriga protuberante. “Lutamos desde a nossa gestação”, começa. Fala por vinte minutos e, no seu discurso, frisa a necessidade de preservar a cultura indígena e a urgência em empoderar seus jovens na luta política.

À época do evento, promovido pela fundação Fundo Brasil de Direitos Humanos, a etnia Xokleng não imaginava que

Tamara Klink e sua travessia poética do Oceano Atlântico - Inovar é um Parto

Jovem velejadora transformou em literatura a jornada de autodescoberta e empoderamento dentro de um barco de oito metros

“Quantas mães choraram, quantas noivas ficaram por casar para que fosses nosso, ó mar!”. É com a citação do poema Mar Português, de Fernando Pessoa, que Tamara Klink fala sobre sua presença intrinsecamente feminina no oceano. As mulheres, no decorrer da história, sempre ocuparam o cais, não o barco. Havia até uma superstição que rondava suas ocupações nesses espaços: sinal de

É preciso aproximar evangélicos de pautas progressistas, diz ativista

Em 2015, Valéria teve a ideia de fundar o coletivo Mulheres Evangélicas pela Igualdade de Gênero (EIG). O grupo surgiu com o intuito de combater os discursos fundamentalistas propagados de maneira crescente entre as evangélicas, e para fazer frente à violência velada que líderes espirituais praticavam contra elas. Aos poucos, a cientista da religião viu o EIG se tornar também um ambiente seguro no qual as “mulheres de fé”, como apelidou, poderiam interpretar os textos cristãos à luz do protagoni

Como um movimento de mulheres trabalha para preservar sementes crioulas

Itamara Almeida se identifica como uma mulher do campo. Integrante do Movimento de Mulheres Camponesas do Rio Grande do Norte (MMC), ela nasceu no interior do estado,

para estudar. Apesar disso, manteve contato com as várias vertentes do campesinato presentes no seu núcleo familiar e afirma, categórica, que “a cidade invadiu o campo e não o contrário”. Dentre essas tradições camponesas, resiste nela a convicção de preservar as sementes crioulas.

Essa tradição pode estar perto de desaparecer. D

Como uma baiana e um jabuti fizeram história em ocupação de um dos prédios mais icônicos de SP

Quem nos leva até ela é Rubens. Paulista, o geógrafo nos guiou rumo à casa conquistada pela mãe. Resultado da luta de anos do Movimento de Moradia no Centro (MMC).

Estamos no icônico edifício Rizkallah Jorge, na avenida Prestes Maia, no centro de São Paulo. Inaugurado como prédio de luxo em 1947, foi abandonado na década de 1980 e posteriormente ocupado. Tombado e restaurado na virada do século, tornou-se moradia popular. O lar de Anita fica no 10° andar. É um dos 167 apartamentos de 24,4m² a 4

Desmascarando o populismo: Vargas, Lula e Bolsonaro

Em 1951, Getúlio Vargas é democraticamente eleito pela primeira vez. Em seu discurso de posse, coincidência ou não proferido no Dia do Trabalhador, o presidente chama por seu povo — “Trabalhadores do Brasil!” — , reconhecendo-se neles — “(…) o Governo fala com o povo, de amigo para amigo, na linguagem simples, leal e franca com que sempre vos falei" — e mostra-se como homem, e não como político representante, ao dizer: “Não me elegi sob a bandeira exclusiva de um partido (…)”. Todos esses aspect

Na prisão, pari meu filho sentada no chão, conta sobrevivente do cárcere

Tenho 39 anos, moro em Sergipe há 23, mas o início da minha vida foi nas ruas da zona norte de São Paulo. Aos 14 anos perdi minha mãe e, como meu pai era alcoólatra, eu e meus irmãos fomos morar em um abrigo. Lá, comecei a enxergar o sistema por dentro: quase não havia estrutura para nós, as crianças. Fugimos do abrigo e fomos para as ruas, o lugar onde aprendi tudo que sei sobre respeito, companheirismo e partilha.

Apesar de ter me adequado àquelas condições de vida, fui criando muita raiva da

Sobre mim

Estudo jornalismo porque não existe nenhuma outra profissão que abarque, com grandeza, minhas características mais notórias (e até as mais latentes). 

Possuo experiência com assessoria de imprensa, marketing digital, mídias digitais em alta no mercado e redação de textos jornalísticos variados, como reportagens, perfis e depoimentos.

Amo contar histórias e transformar aquilo que parece infértil em execuções ambiciosas. Sempre com palavras, é claro!

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